março 19, 2014

Economias dos bens virtuais

Novo documentário da série OffBook, "The Rise of Videogame Economies" (2014), podemos ver várias discussões em redor das novas economias geradas pelos videojogos online. Escassez e desafio a base de qualquer jogo, mas também a base do que nos motiva enquanto seres humanos. Por isso é tão complicado desenvolver regulações que optimizem a vida em sociedade, porque uma sociedade perfeitamente regulada, não responderia às ansiedades cognitivas dos seres humanos, como muito bem acaba sendo explicado em “The Matrix” (1999). Somos seres dominados por um conjunto de elementos que compõem a motivação de cada um de nós, que por sua vez é fortemente dominada por muita irracionalidade (cf. Behavioral Economics).



Não existe nada lógico no facto de alguém comprar uma espada virtual num videojogo por  centenas ou milhares de euros, baseado na sua escassez artificial, é completamente irracional. Podemos e devemos pagar o trabalho do criador do artefacto original, mas adquirir por um preço inflacionado pelo facto de poucas pessoas deterem o mesmo item que pode facilmente ser copiado é desprovido de sentido. Contudo milhões fazem-no todos os dias, porque aquilo que dita às suas motivações não é a lógica, mas antes um conjunto de cálculos mentais sobre um conjunto de variáveis sociais enviesadas que contribuem para dar ao indivíduo a crença de que é lógico e faz sentido aquela compra.

Por outro lado, é tudo isto que nos faz mover todos os dias, as lógicas e as ilógicas das acções e interacções que temos com os outros, isso contribui para nos motivar e manter interessados no mundo que nos rodeia. É complexo mas desafiante, e sem desafio não existiria vida.

The Rise of Videogame Economies (2014)

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